As vezes era tão fácil esquecer...

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As vezes era tão fácil esquecer (...) 
Não porque ele parecesse comum e humano,  nunca poderia esquecer que estava segurando mais do que um anjo em meus braços, mas porque ele me fazia sentir que não havia nada igual a sensação de ter seus lábios em meus lábios, em meu rosto... Ele dizia que já era passado a tentação que meu sangue lhe causava, que a ideia de me perder era mais forte que isso. Mas eu sabia que o cheiro de meu sangue ainda lhe causava dor, queimava em sua garganta como se ele estivesse inalando fogo. 
Eu abri meus olhos e encontrei os dele abertos também, fixados em meu rosto. Não fazia sentido ele me olhar daquele jeito (...) Nós nos encaramos por um momento, seus olhos dourados estavam tão profundos que era quase como se eu pudesse ver sua alma. Parecia bobo que justamente isso- a existência de sua alma- seja uma dúvida, mesmo ele sendo quem era. Ele tinha a alma mais bonita, mas do que sua mente brilhante ou seu rosto incomparável e seu glorioso corpo. Ele olhou de volta para mim, como se ele também pudesse ver minha alma, e estivesse gostando do que via. Ele não podia ver dentro de minha mente ou podia...

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